segunda-feira, 27 de julho de 2009

Viva o HFF

Há coisas que me fazem uma confusão na cabecinha que até me deixa lerda durante uns bons meses! (já sabem que se daqui para a frente publicar alguma coisa sem sentido advem desta situação:P)
Então uma pessoa desconta 11% do seu salário bruto para o sistema de saúde privadíssimo intitulado Segurança Social, e a entidade patronal suporta outros 23.75% para esta mesma instituição e depois quando um gajo precisa lá vai parar aos diversos serviços que esta espelunca fornece.
E entre eles, está claro que se encontra o maravilhoso Hospital Fernando Fonseca, mais conhecido como Hospital Amadora-Sintra.
Agora concebam que tenho um familiar que é lá seguido há cerca de 4 anos em 2 especialidades: Cardiologia e Urologia.
Após uma carrada de exames que demoram uma eternidade até se poderem fazer o Urologista chegou à conclusão que os rins dela estavam a parar e mandou-a para a Nefrologia.
Há cerca de um ano na primeira consulta desta especialidade disseram-lhe:

"Oh minha senhora, o que é que a senhora quer que eu lhe faça? Explica-me? Você tem pedras nos rins, mas isso não tem mal nenhum. E para mais, acho que se a senhora já está a ser seguida por outros 2 médicos (atenção que são especialidades diferentes) já chega, senão isto passa a ser uma "salganhada" de médicos. Vou dar-lhe alta."

E este raciocinio assomou o Sôtor numa só consulta de 10 minutos. Nem olhou para os exames.
A velhota não parava de se queixar e lá fomos nós a um médico privado. Daqueles que nos veêm, mas para os quais não fazemos nenhuma especie de desconto mensal. Diagnóstico: A Sra tem os rins a parar.
Estranho não é??? Dois médicos a dizer o mesmo.
Uma consulta de Urologia depois e sai outro diagnóstico: " Mas o meu colega deu-lhe alta?????!!!! A senhora tem que lá voltar. Os seus rins estão a parar".
Fantástico como é que um Urologista vê algo tão flagrante que o Nefrologista não consegue ver, quando rins é a especialidade do segundo.
Moral, um ano depois chega novamente a consulta de Nefro e Tchan....

M: Mas o que faz a Senhora cá outra vez???? Eu já não lhe tinha dado alta?
P: Pois Dr, deu, mas o Urologista continua a dizer que tenho os rins a parar bem como outro Nefro particular que fui.
M: Mas a Sra não tem nada. E quem percebe de rins sou eu. Quer explicar-me como é que hei-de fazer o meu trabalho é isso? Eu não vejo nada aqui.
P: Pois, mas os exames e o processo está todo no computador.

O Sôtor lá se dignou a abrir a ficha dela e heis que surge a resposta do ano:

M: Ah pois é. A Sra tem os rins a trabalhar a 20%, tem que ir para a Imodiálise e olhe que não tem muito tempo de vida.

Palavras para quê???? Depois o pessoal espanta-se quando aparece um médico com o pernil esticado numa esquina qualquer.
Não é o que dá vontade???? Então se o Sôtor tivesse feito aquilo para o qual é pago, se calhar os rins não ficavam como estão hoje, um ano depois.

Francamente! E o que me espanta ainda mais é o sistema do próprio hospital que nem com gestão publico-privada vai lá. Não existe qualquer espécie de controle sobre estes anormais a quem pagamos o vencimento.
Como diria um blog alheio... Que pariu!!!

5 comentários:

  1. É muito mau nem nos médicos podermos confiar, mas casos destes tambem acontecem no privado, é triste mas é verdade. Uma vez também não receitaram á minha avó uns comprimidos que são proibidos para quem já teve AVC´s, pois é e lá veio a senhora para casa a tomar aquilo e claro passado uma semana andava aos caidos. O que vale é que a velhota é rija.

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  2. E ninguém fez queixa formal do "sôtor"?!

    São estes que dão mau nome à profissão e denigrem a imagem dos bons... porque também os há!

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  3. Da próxima vez leva um saco cheio de pedras e bate-lhe com ele na cabeça até que os miolos tenham que ser apanhados com uma pá.

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  4. Pronuncia:
    Sabes, já apresentei queixa no livro de reclamações deste hospital 3 vezes, em circunstâncias tão ou mais graves do que esta e sabes qual foi o resultado? Para além de não cumprirem o prazo legal de resposta, quando chegou foi que lamentam as situações, mas após averiguação interna declaram que não têm qualquer responsabilidade. Uma das situações que foi o ano passado atenção, até escrevi para o Ministério da Saúde a expor a situação (escrevi já por 3 vezes) e nada. Até agora nada.

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  5. Infelizmente são poucas as reclamações que são atendidas. O mais normal é não darem em nada.

    E, já agora, uma queixa à Ordem dos Médicos. Talvez tenha o mesmo caminho que as outras, mas pelo menos tentas.

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