quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Conto...



Acordo com o sol a bater-me na face. Tento abrir os olhos mas não é fácil. Sinto a visão turva de tanta luz.
Levo as mãos à cara e tento abrir os olhos. Começo a focar, o chão, poeira, não me lembro disto. Não sei como vim aqui parar. Levanto-me, tento encontrar algum ponto de referência que me indique onde estou. Não encontro.
Olha à volta... nada. Apenas areia. Dunas. Sol. Poeira.
Não sei como vim aqui parar. Será que vim sozinha???
Não pode ser. Como é que eu vinha sozinha para este lugar que não conheço?! Aliás, onde está a estrada? A viatura onde vim? Não encontro.
Tenho uma sensação esquisita no peito. Como se tivesse perdido alguma coisa, mas não sei o quê. Sinto que o que perdi é importante, mas penso que não deve ser, caso contrário lembrar-me-ia certo?
Mas afinal onde estou?
Procuro a minha mala, vou ligar a alguém que não sei quem. Encontro o telemóvel e vou à agenda... vazia. Nada. Nenhum contacto. Estranho. Lista de chamadas... limpa.
Mas que raio faço eu no meio do nada com um telemóvel que não tem contactos?
Fui caminhando e sinto-me agora com fome. Mas onde vou comer?
Não sei como vim aqui parar. Sinto-me cansada e com um aperto no coração, mas não sei onde estou. Fecho os olhos e penso... Estou sozinha!

8 comentários:

  1. Palavras profundas que definem muito bem os caminhos desconhecidos por onde por vezes andamos.
    É um conto...de vida.
    Com força tudo se consegue e por vezes a luz que nos ilumina está um pouco ofusca para ilumunar o caminho.
    Beijocas grandes e muita força

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  2. Olhos Dourados: Não. São palavras soltas :)

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  3. São efeitos da solidão das multidões.
    Quantos mais somos, mais sós estamos.

    Beijo

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  4. Epah, como eu conheço esse sentimento. É realmente profundo e por vezes é difícil de explicar ou de exprimir, é um sentimento que não tem aviso para nos prevenir-mos. A soloção é no meio desse deserto encotrar-mos um oásis para nos salvar e, que nem sempre aparece quando mais precisamos dele. É preciso caminhar mais e mais até que ele se revela, como se sempre estivesse lá, só que nós não o viamos.

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  5. Estar assim sozinha deve doer... ainda bem que foi apenas um sonho.

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  6. Quando não estou sozinha, quero estar. Quanto estou, sinto o vazio de falar apenas comigo mesma, de olhar apenas para mim, e, principalmente, de pensar ainda mais nessa solidão. Mas também há pessoas que com as quais continuo a me sentir sozinha, e aqui acho que reside a pior da solidão.

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  7. Eduardo: Vou tentar
    Galo: Mesmo verdade
    Sofia: Nem sempre temos vontade
    S*: Era bom que fosse.
    Síndrome: Completamente. Mas nem sei em qual das solidões me encontro.

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