terça-feira, 22 de setembro de 2009

Coisas que me irritam

Existem algumas coisas que me deixam um pouco aborrecida, chamemos-lhe assim e uma delas é a mania que as pessoas têm de catalogar tudo e todos e de dizer que se fosse com elas faziam tudo diferente. E isto em particular com os filhos.
Sou mãe de uma criança de 4 anos, que só meu deu até hoje 4 noites mal dormidas, nunca fez aquelas birras de bebé, dorme as noites todas desde o 1º mês e meio, não me lembro uma única vez de ele acordar a chorar, ou fazer birra para dormir, para comer ou algo que o valha, até aos 3 anos.
Quando fez 3 anos, eu e o pai separamo-nos e talvez venha daí o início das birrinhas dele… ou não. Ninguém nunca saberá.
Sou portanto uma sortuda, porque uma elevada percentagem dos pais não tem esta sorte. O certo é que nunca me ouviram dizer “epá… o filho de fulana e cicrano grita, chora, berra, não come, porta-se mal, etc e a culpa é dos pais, porque não metem regras, porque não lhe fazem isto ou aquilo ou porque fazem aquilo e isto”.
E eu até poderia dizê-lo, mas não digo! E não digo porque não sei dar valor ao que é ter uma criança em casa com este temperamento.
Não sei o que é ter que me levantar cedo depois de ter passado uma noite quase toda em claro. Não sei o que é querer ter um pouco de paz na hora das refeições e ter um filho que não quer comer. Não sei nada disto.
E portanto acho que não tenho o direito de tecer comentários face aos filhos dos outros e muito menos à forma como educam ou deseducam os seus filhos.
Todos nós enquanto pais cometemos erros, todos nós fazemos coisas as quais não se enquadram nos padrões standard. Todos nós aprendemos em conjunto e a cada dia. E isso tem a ver com os nossos próprios limites. Com aquilo que toleramos com mais ou menos facilidade.
Eu por exemplo fico possessa quando o meu filho diz que quer e depois não quer e provavelmente uma grande fasquia de pessoas releva isso com facilidade.
E se entrarmos no campo comportamental ainda pior. “Ah e tal, o filho do Manelito fala tanto, e parece que está ligado á corrente. Os pais deviam por fim aquilo” “A filha da Ambrosina está sempre quieta, não brinca, deve ter problemas”.
Pois é, acontece que as crianças têm um “defeito”, têm a sua própria personalidade, e a sua maneira de lidar com as emoções.
E então o que fazemos???? Trancamos a sete chaves todos os míudos que roçam a inquietude ou a quietude a mais??? Só os meio termo é que têm direito à vida social?????
É que todos opinam. Opinam os que já são pais de alguém, porque o filho deles não fez e não aconteceu, logo os filhos dos outros se fazem é culpa dos pais, que não agiram como eles próprios agiram. Mas na realidade estamos a falar de indivíduos, filhos e pais, todos eles diferentes, ainda que dentro do mesmo contexto.
E opinam tanto ou mais os que ainda não são pais. Aqueles que nem sequer sonham como é ter que cuidar e educar alguém que tanto se ama.
Afinal digam-me lá, pais e não pais. Querem que seja tudo à vossa imagem ou semelhança??? Por acaso vocês também são iguais a todos os vossos amigos e conhecidos??? Não. E por isto mesmo, porque todos somos indivíduos singulares e diferenciados.
Portanto da próxima vez que tiverem que comentar alguma coisa que seja sobre os filhos dos outros, olhem primeiro para o vosso seio familiar e vejam quantas coisas os outros não mudariam também.

11 comentários:

  1. Os filhos não são fotocópias dos pais... mas já se sabe que se não houver educação em casa, é natural que as crianças sejam malcriadas.

    ResponderEliminar
  2. Claro que as crianças são todas diferentes, algumas mais irrequietas que outras, cada uma com a sua mania! É assim mesmo. O que não suporto é falta de educação, e isso traz-se mesmo de casa.

    ResponderEliminar
  3. S* e Olhos Dourados: Má educação ou falta dela é uma situação ímpar que não deve ser incentivada, mas eu refiro-me a todo o tipo de situações. Birras, miminhos, reacções, etc.

    ResponderEliminar
  4. não sou mãe, mas imagino que seja muito dificil educar uma criança.
    Para ser muito sincera, penso que certos comportamentos estão muito relacionados com o excesso ou a falta de regras que os pais impõem.
    Trabalhei durante algum tempo com crianças e penso que hoje em dia, os pais tentam compensar a falta de tempo com os filhos com bens materias, isto tem efeitos na própria personalidade da criança. Mas cada um é como é...e sobre educar eu não tenho voto na matéria.
    Mas se tens um filho assim, podes considerar-te uma sortuda porque há crianças que fazem a cabeça em água aos pais!

    ResponderEliminar
  5. minha querida, compreendo perfeitamente o que escreves, não tenho filhos, mas tenho a meu cargo um rebelde sem causa, acredita é mesmo mt complicado lidar com ele... alem de ser uma criança hiperactiva, faladora e nem sempre bem comportada é uma doçura de miúdo, e não estou a dizer por ser meu irmão.

    inicialmente quando fiquei com ele era mt mais complicado admito, pela situação, por não estar preparada até, continuo a dizer, é uma missão impossível para mim, mas que tento levar a bom porto.

    no caso do meu irmão nem se trata de má educação, alias eu acredito que todos os pais tentem fazer o melhor para os seus filhos, ou pelo menos o que pensam ser melhor, mas com o ritmo de vida que se leva hoje em dia é complicado e nem sempre sobra o tempo que se quer para os filhos.

    admito também que o meu irmão por ser o mais novo e digamos "acidente de percurso" como carinhosamente chamamos, pois ele tem 10 anos de diferença de mim e 12 do mano velho. é uma criança mimada mas bastante carente, porque quando ele mais precisou foi altura dos manos seguirem a vida deles. o meu pai nem sempre esteve presente pois o trabalho assim o implicava e para a minha mãe foi difícil lidar com isso. ele não é o género de criança que tenha as regras todas na ponta da língua pois sempre tentamos que ele se expressa-se. mas no inicio quando ficou a meu cargo e lhe tentei colocar algumas regras tinha sempre os pais por traz a dizerem "ho a tua mana é rígida de mais, vá vou falar com ela" ao mínimo choro ao telefone, mas nada que umas boas ferias com ele e a mãe para esses comentários pararem. verdade é que o rapaz passou de ano com uma negativa quando o final do primeiro período tirou 4, verdade é que o rapaz pratica os seus desportos e tem uma vida social activa, mas tem sim hoje algumas regras e contratos assinados :) sim não vale rir, foi a maneira semi-adulta que encontrei para conseguir dominar a fera lol

    mas isso da educação é mesmo mt relativo, hoje em dia a televisão, computador e escola tem um papel fundamental na vida dos pequenos jovens, e muitas vezes os pais não tem controle sobre isso, não porque não querem, mas porque não conseguem..


    beijokinhas doces

    ResponderEliminar
  6. Sim, cada criança é uma pessoa singular e isso ninguém pode criticar.
    O que eu não consigo perceber é porque motivo eu estou no dentista cheio de dores de dentes e tem que andar um puto, ou dois, aos saltos em cima das cadeiras, a colocar as patas, acabadas de chegar da rua, na cadeira que outras pessoas vão utilizar para sentarem a "peidola".
    As birras, desde que eles não estejam perto de mim mais do que 5 segundos, que berrem até rasgar a boca, a ver se me ralo.
    Chegarem à idade escolar e tratarem os professores do mesmo modo mal educado com que tratam os pais em casa, também acho que merecia um par de estalos daqueles que a minha professora me dava, que me deixava o resto do dia a ouvir apitos, mas isso já é outra história.
    Enfim, para concluir, desde que os meninos façam as birras para os papás aturarem e desde que sejam mal educados com quem lhes dá a má educação, estou-me nas titas.

    Agora vou falar da questão do garrafão de vinho e do presunto eheheh.

    Continuo mal esclarecido na questão do voto branco/abstenção.
    Não votar tem reflexo no campo da abstenção, que é tão pública quanto o voto em branco.
    Pelo menos eu costumo ouvir os resultados e dizem sempre a percentagem de abstenção e a percentagem dos votos em branco.
    Nã, há qualquer coisa que está a falhar e se alguém vai ter de "entrar" com o presunto e o garrafão de vinho, és tu.
    Ou explicas tudo bem explicadinho, ou não bebes mais nada hoje.
    O que eu queria saber era se votar em branco tinha alguma influência em, por exemplo, as verbas que os partidos recebem do Estado, por cada voto que têm. Se o facto de não votar os favorece, ou pune, devido ao modo de contagem dos votos, essas coisas assim, percebes?
    De qualquer modo, obrigadinho na mesma e se não ganhaste o presunto, eu mando-te um quilo de castanhas e uma garrafita de água-pé ou jeropiga eheheh.

    ResponderEliminar
  7. Patrícia, concordo com o que escreveste.
    Eu não sou mãe e nem imagino o quão difícil seja educar um filho, mas a minha casa está muitas vezes cheias de crianças. Os sobrinhos e os filhos de amigos.
    Cada criança é única e tem a sua própria personalidade, é um facto. Umas são mais temperamentais e difíceis, outras mais dóceis, outro facto.

    Mas, não confundamos personalidade com má educação, e essa nada tem a ver com personalidade e nem é culpa das crianças, longe disso, é dos pais que se alhearam da sua função de educadores... e olha que conheço mais casos do que aqueles que gostaria!

    ResponderEliminar
  8. Exactly... lembro de a minha mãe se queixar que todos lhe vinham com a mesma conversa "A tua filha come demais, qualquer dia rebola", depois cresci, deixei de ser bolinha. "A tua filha tava com umas pessoas estranhissimas no Sábado á noite", felizmente são essas pessoas estranhissimas os meus amigos de verdade. "A tua filha não vai estudar mais? Coitada...!", tenho trabalho, não me limito ao ord. minimo, sou independente.
    Agora deixo-te a imaginares, alguns dos filhos dessa gente que encheu a cabeça de mil e uma merdas à minha mãe, o que é que eles andam a fazer?

    Como a minha mãe me diz: "Pla boca morre o peixe" =)

    Felizmente que há crianças diferentes, para crescermos diferentes, e não sermos adultos estereótipados, com uma vida pré-pensada e lida em resvistas cor de rosa.

    Beijinhoooo*

    ResponderEliminar
  9. Uma coisa te digo, para mim, acho que és uma excelente mãe. E acredita, nem todos os pais conseguiriam lidar com um filhote como o teu. Atenção, como o teu no sentido de ser irrequieto e de exigir tanta atenção. O que não é de todo mau, é necessário é sem dúvida ter muita dedicação e amor, que não te falta;)
    Como eu já te tinha dito, eu para já nem sequer pondero ser mãe, mas é um "tema" em que eu sou um zero á esquerda e posso msm afirmar que tenho algum receio, porque acho que é precisa mta responsabilidade, etc.

    Jinhos

    ResponderEliminar
  10. Patrícia: É isso mesmo. Falar dos outros toda a gente fala, e fazem-no com uma leviandade que me espanta. Já tenho idade para não me espantar com estas coisas, mas espanto-me sempre. O problema é que na maioria dos casos quando os filhos desses outros fazem pior do que aqueles que eles criticaram, os paizinhos já nem se lembram que em tempos criticaram. Esse é o problema. As pessoas têm memória curta.

    Sofia: Eu não me considero uma excelente mãe, sou uma mãe igual ás outras que tenta educar o filho da melhor maneira que sabe e de acordo com as minhas possibilidades. Quanto ao seres um zero á esquerda neste campo, somos todos até sermos pais.

    ResponderEliminar
  11. "Sou mãe de uma criança de 4 anos, que só meu deu até hoje 4 noites mal dormidas,"

    Patricia..... tu quando dormes és como um calhau; nem uma derrocada de pedras te acorda...

    ResponderEliminar